Toda vez que perguntam quem somos, ficamos sem saber o que dizer. Não entendemos o porquê da pergunta, já que podemos nos pintar de princesa e na verdade quem vai dizer quem somos é justamente quem perguntou. Designar-se, definir-se, descrever-se torna-se inútil em uma realidade em que as outras pessoas é que sabem quem você é. No entanto, o que mais acontece é que as pessoas nem se dão o trabalho de conviver conosco para poder saber quem somos e já saem por aí divulgando coisas a nosso respeito que nem nós mesmas sabíamos. Penso que pra dizer como alguém é, preciso de meses, anos, décadas e às vezes todo esse tempo não é o suficiente. As pessoas são como bilhetes de loteria: se você não joga, nunca saberá se pode ganhar ou não, se você não arrisca, não petisca. Então, se você não convive, não conversa, não interage comigo ou com qualquer outra pessoa, você nunca saberá quem eu sou de verdade.
É engraçado como nós somos interpretadas pela aparência, embora quem julga pela aparência na maioria das vezes se engana. Jeito de menina, voz de menina, isso faz com que muita gente nos trate como criança antes de nos conhecer de verdade. Não sabem que por trás dessa carinha inocente existe uma grande mulher, com pensamentos de mulher e atitudes de mulher. E esse é o bonito dos pré-julgamentos. É que quando as pessoas descobrem quem eu sou, ficam surpresas, por perceberem que sou diferente do que elas pensavam (pelo menos com alguns dos meus amigos foi assim).
Só peço que antes de conhecer alguém a fundo, não julgue, você pode se arrepender depois. Apenas sorria, olhe, converse, passe tardes ao lado dessa pessoa, e só depois tente dizer quem ela é. Isso valerá a pena!